Buda foi o primeiro a perceber que esse mundo não é real. Ele parece real, pois estamos sintonizados com ele, mas é fácil perceber que há algo além. Como tudo aqui é uma criação mental tão forte que chega a se materializar, pode-se ter controle sobre ela. Por isso que também somos aquilo que pensamos.

 Buda também nos ensina que o UM é a realidade. Multiplicidade é ilusão. Essa multiplicidade é criada pelo poder de encobrir da Consciência Suprema. Esse poder é chamado Maya Shakti, ou simplesmente Maya. Buda diz que o véu de Maya é como uma teia de aranha: ao mesmo tempo que encobre, também mostra. É uma bela metáfora, pois aqueles que sabem o que há por trás da teia não vêem dificuldades em ver através dela. Quem não sabe, mas acha que sabe, fará verdadeiros tratados sobre o assunto com detalhadas descrições que são na verdade toscas e grosseiras, pois ele vê apenas o que é possível ver através da teia.

"Todas as coisas são precedidas pela mente, guiadas e criadas pela mente. Tudo o que somos hoje é resultado do que temos pensado. O que hoje pensamos determina o que seremos amanhã. Nossa vida é criação de nossa mente."
(Buda)

 

 

Platão viu a maioria da humanidade condenada a uma infeliz condição. Imaginou (no Livro VII de A República, um diálogo escrito entre 380-370 a.C.) todos presos desde a infância no fundo de uma caverna, imobilizados, obrigados pelas correntes que os atavam a olharem sempre a parede em frente. O que veriam então? Supondo a seguir que existissem algumas pessoas, uns prisioneiros, carregando para lá para cá, sobre suas cabeças, estatuetas de homens, de animais, vasos, bacias e outros vasilhames, por detrás do muro onde os demais estavam encadeados, havendo ainda uma escassa iluminação vindo do fundo do subterrâneo, disse que os habitantes daquele triste lugar só poderiam enxergar o bruxuleio das sombras daqueles objetos, surgindo e se desafazendo diante deles. Era assim que viviam os homens, concluiu ele. Acreditavam que as imagens fantasmagóricas que apareciam aos seus olhos (que Platão chama de ídolos) eram verdadeiras, tomando o espectro pela realidade. A sua existência era pois inteiramente dominada pela ignorância (agnóia).